Como é de conhecimento, em janeiro próximo haverá a Assembleia Geral da CBO. A reunião ocorrerá em Brasília com a presença de representantes das Federações e Clubes de Orientação do Brasil. É na AG que se discute e são decididas, por exemplo, alterações nos regulamentos, datas de competições e taxas a serem cobradas dos orientistas.
Nos últimos anos a CBO enviou email aos filiados solicitando envio de propostas para as AG. Assim sendo, o responsável por este site encaminhou ano após ano algumas sugestões. Sem acesso às Assembleias, não foi possível saber se alguma delas foi levada a discussão. Talvez por serem consideradas irrelevantes, talvez por serem as AG anteriores um espaço rígido e inacessível aos orientistas.
I Oriencontro |
Agora, com um novo cenário e aproveitando toda filosofia e empenho da nova CBO, principalmente no que tange à transparência das ações, reunimos em Brasília alguns orientistas com o propósito de conversar sobre nosso desporto, apresentar e defender ideias, além de formalizar uma carta com propostas para a AG 2016. Foram duas reuniões que apelidamos de Oriencontros.
II Oriencontro |
O resultado das discussões foi materializado numa carta com 10 11 propostas, algumas delas polêmicas. Todas com o intuito de ajudar nosso esporte. Nenhuma delas com a pretensão de se tornar regra. A ideia central é que estas sugestões sejam debatidas, avaliadas com seriedade, quiçá melhoradas. Claro que acreditamos na viabilidade de cada uma. Defendemos que alterações no regramento atual são necessárias e que o trabalho realizado ao longo destes dois Oriencontros só tem a acrescentar no processo de alavancagem da nossa Orientação.
Agradecemos a presença e empenho dos colegas André Nascimento, José Maurício, Cláudia de Castro, Elizete Araújo, Kathariny Santos, Humberto Rizzi, Roberto Alves, Wesley Fonseca, Arthur Svidzinski, Brenda Vilela e Antonio J. P. Silva. Cumpre agradecer ainda aos orientistas Ana Cintra e Luiz P. da Guia, cujas observações durante a Copane 2015 serviram de inspiração para um dos tópicos debatidos.
Agradecemos a presença e empenho dos colegas André Nascimento, José Maurício, Cláudia de Castro, Elizete Araújo, Kathariny Santos, Humberto Rizzi, Roberto Alves, Wesley Fonseca, Arthur Svidzinski, Brenda Vilela e Antonio J. P. Silva. Cumpre agradecer ainda aos orientistas Ana Cintra e Luiz P. da Guia, cujas observações durante a Copane 2015 serviram de inspiração para um dos tópicos debatidos.
Abaixo o resultado dos Oriencontros, devidamente encaminhado aos responsáveis.
Carta à CBO e à FODF
Prezados,
Por iniciativa própria, reunimos
alguns competidores do Distrito Federal com o intuito de debater melhores
práticas e compilar sugestões para atualização das atuais Regras Gerais de
Orientação Pedestre e, também, atualização do Regulamento do CamBOr.
A mais polêmica trata de
alteração no atual sistema de categorias adotado pela CBO. Tal proposta é
seguida de breve justificativa, a qual acaba por influenciar as demais.
Na crença de que as propostas
abaixo são factíveis e que serão analisadas com a seriedade e caráter técnico
que o assunto merece, seguem para apresentação na Assembleia Geral 2016.
Proposta 1 – Adequação das
Categorias ao modelo da IOF:
A CBO é uma das filiadas à IOF
com maior número de categorias. Em se tratando de CamBOr, o ideal seria ir de
encontro à gradação utilizada pela própria IOF, pois além de melhor preparar
nossos competidores, pode ser mais atrativo em se tratando de orientistas
estrangeiros, que porventura visitem o
país, já adaptados à gradação IOF.
As Cerimônias de Premiação são
demasiado longas. Várias categorias possuem poucos competidores (2 ou apenas
1). Algumas categorias N ou B possuem competidores que se esquivam da ascensão.
Também é inócuo o sistema de ascensão realizado pela CBO. Em alguns casos, é
provável que o competidor queira permanecer em categoria menor por ter
probabilidade maior de ser premiado. Neste caso, o princípio da gradação em
prol do aprendizado e aquisição de experiência não é atendido.
A adoção de sistema de categorias
similar ao praticado no exterior também permite que os recursos financeiros ora
utilizados com a compra de medalhas, entre outros, sejam remanejados para
incremento em amenidades, segurança dos orientistas ou outras aquisições.
O número atual de categorias
também interfere diretamente na organização prévia e logística de cada etapa do
CamBOr. Vários percursos, diferentes impressões de mapas, quantidade de
material utilizado para montagem de diferentes grupos, maior probabilidade de
ocorrências de incidentes ou acidentes com competidores menos experientes, são
alguns exemplos que corroboram a ideia de que o modelo atual carece de
mudanças.
Em se tratando da aceitação por
parte da comunidade orientista brasileira, temos como bom exemplo o WMOC 2014, que
provou que nossos competidores acima de 35 anos possuem sim a capacidade de
enfrentar percursos em grau de dificuldade maior.
A proposta tem, ainda, um caráter
institucional. Este é um momento de mudanças importantes na forma de gestão da
CBO. Poder-se-á considerar este ano como uma passagem da era da sensibilização
e da implementação da modalidade para a era da adequação da Orientação
brasileira aos padrões internacionais. Tanto a modalidade quanto seus
praticantes só têm a ganhar com as novidades sugeridas.
Importante observar, ainda, que o
CamBOr deve ser entendido como um torneio para classificar os orientistas tal
qual suas habilidades permitem. O caráter educativo e de aquisição de
experiência competitiva deve ser exercido pelas Federações e Clubes. Assim
ocorre nas demais modalidades desportivas. Assim ocorre com as demais entidades
de orientação no exterior.
Visando minimizar o impacto das
alterações na forma de graduação da Orientação no Brasil, é sugerida sua
aplicação da seguinte forma:
·
Opção 1 Fase 2016
o
permanência das categorias B, A e E;
o
transformação da categoria N na categoria Novatos,
subdividida apenas pela gradação Juvenil, Adulto, Master e Senior;
o
Premiação somente para as categorias B, A e E.
Emissão de Certificados para os Novatos ao final do CamBOr.
·
Opção 1 Fase 2017
o
Permanência das categorias A e E conforme
graduação da IOF utilizada nos torneios WOC, WMOC e JYOC;
o
Demais participantes subdivididos nos percursos
Aberto ou, ainda, nos percursos Novatos Infantil e Iniciados Adulto, Master ou
Senior;
o
Premiação somente para as categorias A e E.
Emissão de Certificados para os Novatos e Iniciados ao final do CamBOr.
·
Opção 2 Fase 2016
o
Aplicação imediata da Opção 1 Fase 2017.
Considerando que o próximo
Campeonato Sul-americano e Copa dos Países Latinos será observado de perto pela
IOF, consideramos mais adequada a aplicação da Opção 2 acima descrita.
Proposta 2 - Permitir ao atleta
permanecer com o mapa após término do seu percurso
· Para evitar infrações, disponibilizar todos os
mapas na internet (site cbo e world o-maps). Na chegada, depositar os mapas em
local único tal qual ocorre em competições no exterior. A distribuição
ocorreria após aval da arbitragem. Para facilitar, poder-se-ia separá-los por
categoria. A proposta também promove a permanência de competidores por mais
tempo nas arenas.
Proposta 3 - Substituir o revezamento
por Sprint (vide Regra 63)
· Permanecem os percursos Longo e Médio nos dias 2
e 3 do CamBOr;
· A aplicação da proposta está em consonância com
a intenção da IOF em popularizar a Orientação a partir das competições Sprint;
· O Sprint será realizado no dia 1, em lugar do
Revezamento. A pontuação do Sprint pode compor o CamBOr Sprint, em paralelo ao
torneio tradicional;
· Ou a pontuação do Sprint se soma aos percursos
tradicionais. O problema maior, caso o Sprint componha o somatório do CamBOr, é
que nem todos os orientistas conseguem os três dias de folga. Pode ser
contornado caso o calendário tenha competição somente em finais de semana
prolongados;
· A realização de provas de revezamento fica a
critério do organizador, sendo considerada a possibilidade de ocorrer em turno
oposto ao Sprint no dia 1, ou no dia 0.
Proposta 4 - Padronizar as
premiações em eventos CBO:
· Avaliar se deixar o leiaute e confecção da
premiação a critério do organizador é benéfico e factível;
· Definir e divulgar claramente quais os padrões
mínimos para a premiação do CamBor. Por exemplo: tamanho, fita das medalhas,
material.
Proposta 5 - No torneio 5 Dias de
Orientação do Brasil:
· Classificação geral deve ser a soma dos tempos,
incluindo um Sprint. Também trocar um percurso longo por um percurso médio.
Proposta 6 – Adequar a Regra 37
Esta regra credita a realização da inscrição ao técnico o clube. Entretanto, esta figura não é a realidade nacional, além de que os sistemas eletrônicos atualmente já permitem que o próprio competidor faça sua inscrição.
Esta regra credita a realização da inscrição ao técnico o clube. Entretanto, esta figura não é a realidade nacional, além de que os sistemas eletrônicos atualmente já permitem que o próprio competidor faça sua inscrição.
Proposta 7 – Incluir o desconto
família na regra 10.
Proposta 8 – Sobre as datas de
realização do CamBOr
Atualmente, o CamBOr é realizado preferencialmente em finais de semana com feriado adjacente. Entretanto, quando o feriado é na segunda-feira, o torneio se inicia na sexta-feira, não aproveitando a data de folga.
Atualmente, o CamBOr é realizado preferencialmente em finais de semana com feriado adjacente. Entretanto, quando o feriado é na segunda-feira, o torneio se inicia na sexta-feira, não aproveitando a data de folga.
·
A ideia é que a etapa seja realizada em dias não
úteis sempre que o calendário permitir. Por exemplo, caso o feriado ocorra na
segunda-feira, que o Sprint ocorra no sábado, Percurso Longo no domingo e
Percurso médio e premiação na segunda-feira.
Proposta 9 – Sobre pontuação e
classificação geral (ranking)
As regras para classificar os melhores orientistas ao longo do ano esportivo e com base nas competições efetivamente disputadas devem ser claras e divulgadas com antecedência;
Não é lícito à CBO, por exemplo, definir critérios para aquisição de bolsa-atleta ou qualquer outro benefício em prazo exíguo ou sem o caráter justo;
O estudo ou a adoção de metodologias de ranking de outras modalidades como a Natação ou o Tênis deve ser avaliado pela assembleia.
Sugerida, ainda nesta Proposta 8, a avaliação da adoção do sistema de pontos por tempo (método 1000 ou 100%, adotado em outros países signatários da IOF). Poder-se-ia adotar este método em competições regionais, ou no próprio CamBOr, de forma simulada num primeiro momento.
As regras para classificar os melhores orientistas ao longo do ano esportivo e com base nas competições efetivamente disputadas devem ser claras e divulgadas com antecedência;
Não é lícito à CBO, por exemplo, definir critérios para aquisição de bolsa-atleta ou qualquer outro benefício em prazo exíguo ou sem o caráter justo;
O estudo ou a adoção de metodologias de ranking de outras modalidades como a Natação ou o Tênis deve ser avaliado pela assembleia.
Sugerida, ainda nesta Proposta 8, a avaliação da adoção do sistema de pontos por tempo (método 1000 ou 100%, adotado em outros países signatários da IOF). Poder-se-ia adotar este método em competições regionais, ou no próprio CamBOr, de forma simulada num primeiro momento.
Proposta 10 – Sobre auditorias na
apuração das etapas
Hoje não existe auditoria da apuração. A existência de auditores é uma barreira a fim de evitar o uso indevido do sistema de apuração adotado, além de tornar mais transparente e justo o resultado final da etapa. Também é vantajosa por ser uma fonte de informações para a arbitragem, apontando todos os fatos relevantes que possam incidir na necessidade de atuação do júri técnico ou na apuração de responsabilidades caso uma prova seja comprometida.
Sugerida, portanto, a inserção do seguinte texto nas RGOP: As Federações participantes devem indicar dentre seus membros, três integrantes para acompanhar e validar os serviços de apuração das provas do CamBOr. Estes três integrantes, doravante denominados Auditores da Apuração, devem pertencer a Federações distintas, sendo vedada a participação de integrante da Federação promotora da etapa. A validação da apuração deve constar no Relatório da Etapa.
Hoje não existe auditoria da apuração. A existência de auditores é uma barreira a fim de evitar o uso indevido do sistema de apuração adotado, além de tornar mais transparente e justo o resultado final da etapa. Também é vantajosa por ser uma fonte de informações para a arbitragem, apontando todos os fatos relevantes que possam incidir na necessidade de atuação do júri técnico ou na apuração de responsabilidades caso uma prova seja comprometida.
Sugerida, portanto, a inserção do seguinte texto nas RGOP: As Federações participantes devem indicar dentre seus membros, três integrantes para acompanhar e validar os serviços de apuração das provas do CamBOr. Estes três integrantes, doravante denominados Auditores da Apuração, devem pertencer a Federações distintas, sendo vedada a participação de integrante da Federação promotora da etapa. A validação da apuração deve constar no Relatório da Etapa.
Proposta 11 - Categoria D/H 20 somente com o grau de
dificuldade Elite
Hoje ela tem os níveis de dificuldade N/B/A/E, mas é uma categoria de estágio de apenas um ano.
Ora, neste caso, não faz sentido ter mais que um grau de dificuldade. Considerando que ela pode ser um preparatório para o competidor que veio da H/D 18 e pretende ingressar na H/D 21 E, a sugestão é que ela tenha somente o grau de dificuldade E. Nos demais casos, o atleta ingressará normalmente na H/D 21 de acordo com seu grau de conhecimento e experiência.
Exemplificando: Maria tem 18 anos, sendo participante da D18 B. Aos dezenove ela participa da D18 A, aos vinte, ou muda para a D20 E ou compete na D18 E. Aos 21, ingressa definitivamente na D21 E. Percebem que mesmo neste exemplo de graduação já há conflito entre a 18, a 20 e a 21?
Caso aceita, a proposta pode incidir, inclusive, num número maior de participantes na categoria D/H 18 e num melhor preparo para aqueles que pretendem ingressar na Elite, pois lá chegarão com maior competitividade. Atualmente, a disputa na D/H 20 é mínima e o desempenho dos que dela advêm é fraco em comparação aos demais participantes da Elite.
Hoje ela tem os níveis de dificuldade N/B/A/E, mas é uma categoria de estágio de apenas um ano.
Ora, neste caso, não faz sentido ter mais que um grau de dificuldade. Considerando que ela pode ser um preparatório para o competidor que veio da H/D 18 e pretende ingressar na H/D 21 E, a sugestão é que ela tenha somente o grau de dificuldade E. Nos demais casos, o atleta ingressará normalmente na H/D 21 de acordo com seu grau de conhecimento e experiência.
Exemplificando: Maria tem 18 anos, sendo participante da D18 B. Aos dezenove ela participa da D18 A, aos vinte, ou muda para a D20 E ou compete na D18 E. Aos 21, ingressa definitivamente na D21 E. Percebem que mesmo neste exemplo de graduação já há conflito entre a 18, a 20 e a 21?
Caso aceita, a proposta pode incidir, inclusive, num número maior de participantes na categoria D/H 18 e num melhor preparo para aqueles que pretendem ingressar na Elite, pois lá chegarão com maior competitividade. Atualmente, a disputa na D/H 20 é mínima e o desempenho dos que dela advêm é fraco em comparação aos demais participantes da Elite.
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E você, leitor, o que achou das propostas? Tem conhecimento do que seu Clube ou sua Federação apresentou para a AG 2016? Tem alguma sugestão para submeter à avaliação da Comissão de Regras da CBO? O espaço aqui é livre. Não deixe de comentar.
Boas rotas \o/
orientistaemrota
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Obrigado, e boas rotas \o/