No dia 12 de junho ocorreu a III Etapa do Campeonato de Orientação do DF, o CODF 2016. Dessa vez a prova foi sediada na Fazenda Ema, situada no município de Luziânia-GO. A organização do evento ficou por conta do Clube de Orientação Tiradentes, o COTi.
Para esta prova, elaborei e enviei à organização um Plano de Resposta a Emergências. Ficou a critério sua adoção. O documento pode servir de guia para outras provas no Brasil. Caso algum leitor queira auxílio na gestão de riscos em um evento de Orientação, entre em contato em um dos nossos canais, ou no email orientistaemrota@gmail.com.
A área escolhida para esta etapa apresentava aproximadamente 50% de reflorestamento de eucalipto, 40% de cerrado desmatado e 10% de cerrado nativo. Boa parte do terreno era cortada por ravinas e valas que tornaram o desafio ainda mais interessante. Foi preciso muita atenção para não se perder nos acidentes geográficos nos percursos de grau A ou E.
Os primeiros colocados da categoria Homens Elite foram, respectivamente, José Blanco (1:04), André Pivoto (1:06) e Roberto Carrijo (1:07). Já na Damas Elite, as primeiras colocadas foram, em sequência, Michelle Caldas (1:45), Lidiane Gomes (2:15) e Karen Cristine (2:19).
Vamos à Análise de Rotas:
O mapa é da categoria H21E. Lembrando que meu objetivo é terminar uma prova de Orientação com um acréscimo de, no máximo, 20% além da distância da linha reta, num pace (tempo para percorrer um quilômetro) de 7'/km.
A distância em linha reta da categoria H21E foi de 7,9km. Terminei na quarta colocação com o tempo de 1h10' e 9,65km percorridos. O primeiro colocado levou 1h4'. Portanto, meu pace médio foi de 7,25'/km. Quase dentro da velocidade que considero ideal para que um orientista amador vença uma prova E ou A. A variação de distância também foi um pouco maior que os 20% da meta. Mas poderia ter sido bem menor, inclusive por conta das características da vegetação, conforme explicado anteriormente.
Para cada rota analisada intenciono responder às seguintes perguntas: o que planejei? O que fiz? e O que deveria ter feito?
Nos gráficos das rotas, quanto mais vermelho, menor minha velocidade. As tabelas ao lado direito nas figuras indicam, entre outros, o percentual de distância além do mínimo necessário para se alcançar determinado ponto.
Abaixo o mapa com minhas escolhas (clique para baixar):
De imediato já é possível perceber que tive dificuldade em três rotas específicas: do triângulo para o ponto 1, do ponto 6 para o ponto 7 e do ponto 12 para o ponto 13. As demais rotas foram executadas conforme o planejado e com respectivos tempos adequados.
Rota para o ponto 1
O que planejei: a partir do triângulo, seguir em azimute para a vala, indo de encontro à árvore de destaque.
O que fiz: segui conforme o planejado margeando a vala. Ao não encontrar o ponto, continuei descendo no mesmo sentido da vala, parando nas proximidades da linha de alta tensão. Ao perceber o erro, retornei margeando a vala pelo seu lado direito. Observei a árvore de destaque e, não encontrando o prisma, retornei até o início da vala. Somente neste momento percebi que efetuei uma leitura equivocada do mapa e da sinalética, pois o ponto estava no interior da vala. Corrigi o erro de leitura e encontrei o ponto.
O que deveria ter feito: leitura adequada do mapa e da sinalética. Utilizar a árvore de destaque como ponto de ataque e, de lá, chegar ao ponto 1.
Foram percorridos mais de 400m além do necesssário para encontrar o ponto 1. Na ocasião, desperdicei 4' e fui alcançado pelo concorrente que largou 5' após minha partida. Portanto, desde este ponto seguimos em perseguição até o ponto 15, quando consegui me distanciar e diminuir para 3' o prejuízo para este competidor. No jargão do orientista, quando dois ou mais competidores da mesma categoria correm juntos, diz-se que eles estão "encarneirados".
Rota do ponto 6 para o ponto 7:
O que planejei: aproveitar as curvas de nível, passando pela primeira ravina e descer em direção ao ponto a partir da segunda ravina, a qual foi planejada como sendo meu ponto de ataque.
O que fiz: segui conforme o planejado, mas ao reduzir a velocidade já após o ponto de ataque, não encontrei o ponto e optei por seguir meu oponente. A partir daí questionei meu planejamento e acreditei estar na ravina adequada, mas em dúvida se na altura coerente. Passei a seguir o oponente o qual percebeu uma colina como ponto de ataque. Daí fizemos uma orientação fina até encontrar o ponto, que estava posicionado dentro da fenda na ravina.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado mas acrescentando a pequena colina como margem de segurança. Não abandonar a contagem de distância e direção em detrimento de seguir o oponente.
Foram desperdiçados aproximadamente 5' em uma distância desnecessária de mais de 370m.
Rota do ponto 12 para o ponto 13
O que planejei: seguir em azimute até o ponto 13, sem perder o contato visual com o oponente.
O que fiz: segui conforme o planejado. Como o oponente tomou a ravina mais à direita, fiz o mesmo percurso. Para corrigir, subi parte da ravina e voltei para um ponto da rota inicial. Depois, desci até perceber que o oponente havia encontrado o ponto 13.
O que deveria ter feito: seguir em azimute para o ponto 13, ignorando a rota equivocada tomada pelo oponente.
Percorri, além do necessário, aproximadamente 270m em 3'. Somando os três erros, foram mais de 1000m e 12' gastos inadequadamente.
Lições aprendidas: mesmo em situações de encarneiramento, é necessário manter a concentração para não abandonar as técnicas primordiais de azimute e contagem de distância. Vale, ainda, observar que os primeiros metros de prova podem servir para ampliar o foco e a concentração.
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