Olá, estimados orientistas.
Hoje vamos falar sobre o mapa da categoria HMA da primeira etapa do Campeonato Goiano de Orientação 2018. A prova ocorreu nas proximidades da cidade de Caldas Novas, no estado de Goiás. Numa área de cerrado nativo com partes de atividade agropecuária.
Sobre a organização da prova, destaque para a realização em paralelo de uma clínica de Pre-O, com exercícios para os competidores interessados, e para uma atividade de pesquisa acadêmica que utilizou alguns competidores para obtenção de dados relativos à saúde e desempenho.
O local escolhido para ser a arena do evento era bastante rústico, mas atendeu a contento as expectativas. Inclusive foi utilizado para a premiação da etapa (no CamGOr há cerimônia de premiação em cada prova) e para o almoço.
Mais informações sobre terreno e estatística dos percursos estão disponíveis na página da FOG.
Vamos aos trabalhos. Abaixo o mapa da categoria e o mapa com minhas escolhas (clique nas imagens para ampliar):
Notem que adotei uma escala de cores indicando meu pace (tempo em minutos para percorrer 1km). Em azul claro o pace de até 7:30 min/km. Em amarelo pace entre 7:30 e 14 min/km. Em vermelho, pace acima de 18 min/km (ou seja, caminhando ou parado).
Observem a tabela no lado direito da imagem. Nela estão os tempos para cada rota percorrida e os respectivos percentuais de desvio. Esses dados são muito importantes para analisarmos qual foi meu desempenho e em que pontos eu poderia melhorar.
Como tenho dito em outras análises de rotas, minha meta é completar uma prova percorrendo uma distância de até 20% acima da declarada no mapa, num pace de até 7 min/km. No caso dessa etapa, a pista tinha 4,5km e eu acabei percorrendo 6,2km em 1 hora e 3 minutos. Portanto, 800m acima da minha meta. E em relação ao pace, analisando a distância de 5,4km da minha meta, deveria terminar a prova em aproximadamente 40 minutos.
ROTA DO PONTO 1 PARA O PONTO 2
O que planejei: seguir em azimute para o ponto 2, passando pela trilha para confirmar minha posição.
O que fiz: iniciei conforme o planejado. Ocorre que ao chegar na trilha, talvez pela forma de impressão da bolota do ponto, não tenha identificado a continuidade da trilha até a clareira ao norte (vejam no mapa sem as rotas). Segui por um trecho da trilha até a clareira, depois retornei para atacar o ponto. Minha barreira de segurança era a cerca.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, com a devida contagem de passos. Acabei perdendo cerca de 3 minutos nessa rota.
ROTA DO PONTO 2 PARA O PONTO 3
O que planejei: contornar a elevação pela curva de nível e seguir diretamente ao ponto, observando a segunda elevação como barreira de segurança.
O que fiz: saí do ponto 2 conforme o planejado, e iniciei o contorno da elevação pela parte sul. Ocorre que perdi a contagem da distância e não consegui identificar as elevações adequadamente. Notem que parte da rota (em azul) foi feita com boa velocidade. Desci até a cerca para me localizar e dali pude confirmar que o ponto 3 estava mais adiante.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, atentando para a contagem da distância. Considerando a diminuição da velocidade e a distância percorrida a maior, foram aproximadamente 3 minutos perdidos nessa rota.
ROTA DO PONTO 6 PARA O PONTO 7
O que planejei: sair do ponto 6 buscando a trilha indistinta rumo ao ponto 7. Usar a área encharcada como ponto de ataque.
O que fiz: nessa parte da prova eu havia alcançado um outro competidor de mesma categoria. Seguimos juntos conforme planejado, mas o ataque ao ponto foi realizado antes do previsto. Retornei ao início da trilha indistinta e corrigi o erro efetuando a correta contagem de passos.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, com contagem de passos e maior atenção.
ROTA DO PONTO 10 PARA O PONTO 11
Aqui o ponto crucial da prova. Um erro que merece bastante atenção. A memória da situação não foi suficiente para me fazer apontar as reais causas deste erro. Mas ao verificar o mapa e a rota percorrida, surgem alguns elementos que podem nos ajudar a elucidar o caso. Um desses elementos é a intenção de sair do ponto 10 contornando pelo norte.
Outra hipótese considerável, e a mais adequada, pode ter sido a forma como dobrei o mapa ao sair do ponto 10. Vou colocar a imagem do mapa, uma delas invertida, para que observem como pode ter sido essa a justificativa para meu erro.
Observem que o caminho percorrido na imagem do mapa desorientado é similar à que eu deveria ter percorrido no mapa orientado. Ao chegar à cerca, que deveria estar à esquerda, acabei indo até sua quina, de forma a identificar onde eu realmente estava. Ocorre que lá me deparei com uma estrada, que serviu de alerta para confirmar que eu estava perdido. Foram necessários mais alguns segundos para observar o local, identificar pontos de referência, orientar o mapa adequadamente e definir a forma de correção do erro.
O que planejei: aparentemente, minha intenção inicial era sair da vegetação onde estava o ponto 10 em sentido sudoeste, depois seguir até a cerca e utilizá-la como corrimão até sua quina, depois pegar a trilha rumo à estrada e, de lá, atacar o ponto 11.
O que fiz: como explicado, é provável que eu tenha saído com o mapa desorientado em 180 graus. Isso me fez seguir no sentido contrário. Demorei a admitir o contra-azimute e somente após percorrer a cerca até uma estrada é que fiz uma pausa para confirmar minha real posição. Ao perceber o erro e ter certeza de onde eu realmente estava, segui até a porteira que dava acesso a uma trilha limpa. Percorri essa trilha em alta velocidade até chegar à estrada que fazia parte do plano inicial.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, atentando para a posição do mapa e às referências do terreno. A cerca e as curvas de nível seriam bons indícios para a rápida detecção do erro.
A imagem abaixo é o gráfico com as posições após cada pernada, extraída do Helga-O. Notem que nos pontos 6, 8, 9 e 10 foram os momentos onde liderei a prova. O gráfico é mais uma ferramenta para corroborar as perdas que tive decorrentes dos erros sobre os quais conversamos neste post.
Bom, vamos encerrar por aqui este post. Estejam sempre atentos à sua posição no mapa e no terreno durante as provas ;-)
Um pequeno álbum de fotos está disponível clicando aqui.
E abaixo um pequeno vídeo também sobre a análise de rotas que tratamos neste post.
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Boas rotas \o/
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